Ruminante e a Uréia

Chegando a época anterior ao período  das secas, é a época adequada para iniciar a empregar a uréia, ter sempre cuidado com as chuvas se o cocho for descoberto. Aqui no Brasil, empregamos o capim como alimentação básica dos ruminantes em geral e especialmente bovinos. Com a baixa taxa de umidade do solo, aumenta o teor de fibras do mesmo, limitando o aproveitamento do mesmo.

Os bovinos tem uma grande eficiência em aproveitar o nitrogênio não protéico como nutriente. Comercialmente, a maior fonte de nitrogênio não protéico é a uréia.

São as bactérias do rúmen que produzem a metabolização das fibras. Estas dependem muito de nutrientes para a conversão das fibras em enzimas.

O nutriente mais fácil de se suprir é o nitrogênio, podendo ser de duas fontes mais usuais: o nitrogênio de origem protéica (aminoácido, proteínas etc.,) e o nitrogênio não protéico (uréia).

Os microorganismo presentes no sistema digestivo dos bovinos se transformam em uma excelente fonte de proteína, transformando assim a uréia em um nutriente dos bovinos.

Os bovinos podem consumir até cerca de 40 g de uréia para cada 100Kg de peso vivo ao dia sempre de forma parcelada. O melhor meio de se administrar a uréia é junto ao sal mineral. Assim, convém o acompanhamento do consumo de sal mineral com uréia para saber como está sendo este consumo, dependendo das porcentagens utilizadas da uréia na mistura. Como se passa de um período em que há muita disponibilidade de uréia no capim, quando o mesmo se encontra mais úmido (e menos fibroso), para um período no qual se pretende preencher esta carência de uréia por meios artificiais, convém que esta passagem se dê de forma gradual, desde uma taxa inicial, numa fase de adaptação (10% nos primeiros 10 dias), para uma segunda fase com maior presença de uréia suprida (15% por 10 dias), para finalmente chegarmos ao valor máximo que se estabeleça (que convém ser limitada a 30% da mistura). Assim, teremos uma boa adaptação das bactérias do rúmen  a este suprimento adicional, garantindo a manutenção dos níveis nutricionais dos bovinos.

Convém entretanto considerar que o emprego de taxas maiores de uréia e também não ser empregada esta passagem gradual para o seu uso, pode implicar em morte do gado.

Quanto maior a presença de matéria seca (capim), melhor será o aproveitamento.

Quanto mais o alimento for rico em energia, o rúmen aproveitará melhor a uréia.

Havendo pouca disponibilidade de energia no alimento básico, convém adicionar uma fonte adicional de energia, tal como milho ou algum outro alimento bem aceito pelo gado, economicamente interessante.

Se os nutrientes minerais forem preparados pelo próprio criador, este não deve esquecer do enxofre, sendo o ideal uma taxa de 1 kg de sulfato de amônia - como fonte de enxofre - para cada 10 kg de uréia.

Caso o cocho não seja coberto, não aplique a uréia. Caso tenha aplicado a uréia no suplemento mineral e vier a chover, retire a água empoçada. A mistura úmida pode ser usada sem problemas.