Verruga Bovina (Figueira)

É muito comum, nos rebanhos bovinos, aparecerem animais com verrugas pelo corpo, em maior ou menor quantidade. Estas verrugas nada mais são do que uma doenças conhecida vulgarmente por figueira ou verruga do gado. Seu nome científico é papilomatose

Doença provocada por vírus que ocorre no gado bovino, popularmente conhecida no meio rural como FIGUEIRA.

A figueira é uma doença contagiosa e por isso pode passar de uns animais para outros, podendo se alastrar por todo o rebanho. Essa doença ataca os bovinos, qualquer que seja a sua idade, desde os bezerros até os animais mais velhos. As verrugas podem se apresentar em pequeno número ou então em grande quantidade e em qualquer parte do corpo. Variam muito em sua forma e tamanho, indo desde pequenos nódulos, quase imperceptíveis, até grandes massas arredondadas ou pendulosas que cobrem, as vezes, grandes áreas do corpo do animal.

Nos casos mais graves, a localidade é em geral nos membros e no pescoço. Nos animais novos, as verrugas aparecem mais nos membros, já nos adultos, elas se localizam mais nos úberes.

A figueira pode se revestir de grande importância, porque é capaz de acarretar grandes prejuízos ao criador, causando os seguintes danos:

Desvaloriza os animais que apresentam as verrugas;

Prejudica os crescimento dos bezerros e animais novos;

Dificulta ou mesmo impede a ordenha, inutilizando as vacas para a produção leiteira, quando as verrugas se localizam no úbere ou nas tetas;

Como as verrugas podem "sangrar", os animais ficam sujeitos às hemorragias bem como a outras infecções.

Quando a doença esta muito adiantada, torna-se mesmo repugnante porque, em alguns casos, as verrugas podem produzir um forte cheiro desagradável. Além disso, a figueira pode ser transmitida ao homem, principalmente às mãos dos retireiros e tratadores.

Raramente ocorre entre animais adultos, sendo que a maior freqüência de ocorrência se dá entre garrotes e novilhas de até 02 (dois) anos de idade, normalmente ocorrendo nas regiões da cabeça, pescoço, papada e dorso.

A característica mais visível da doença são verrugas que ocorrem nestas regiões do corpo dos animais contaminados.

Quando vacas são contaminadas por esta doença, estas verrugas costumam ocorrer na região do úbere.

Foi o pesquisador Creech quem, após uma série de experimentos no ano de 1929, demonstrou ser uma doença de natureza infecciosa, sendo o seu agente causal um vírus. Posteriormente, diversos outros pesquisadores demonstraram o mesmo, como Boley.

As verrugas características desta infecção tem forma e tamanho variado. Normalmente, estas verrugas se assemelham a couve-flor, chegando, em alguns casos, a terem diversos centímetros de diâmetro.

Quando estas verrugas são arrancadas ou rasgadas por motivos diversos, podendo simplesmente ser o caso de o animal roçar em árvores e cercas nos pontos em que estas se localizam no corpo do animal, estas se desprendem com relativa facilidade, sendo que o local passa a sangrar continuadamente, fazendo com que o animal tenha muita perda de sangue, o que debilita muito o mesmo e dificultando o seu desenvolvimento.

O couro de animais assim infestados tem baixo valor econômico, devido a apresentarem regiões enfraquecidas, irregularidades diversas e até mesmo perfurações, o que praticamente inviabiliza o seu uso comercial.

Tratamento

Para combater a figueira ou evitar o seu aparecimento, devem ser tomadas as seguintes medidas:

Separar do resto do rebanho, todos os animais atacados, por essa doença;

Ordenhar primeiro as vacas sadias para somente depois, tirar o leite das que estejam doentes, atacadas pela figueira;

Para as rezes já doentes, aplicar uma vacina feita por um laboratório especializado, com as verrugas retiradas de animais doentes.

São curados com maior facilidade os animais novos, sendo mais difícil tratar rezes velhas ou muito atacadas. Para obter melhores resultados e conseguir a cura total, o criador deve iniciar o tratamento logo que as rezes apresentam os primeiros sintomas da figueira, ou seja, logo que comecem a aparecer verrugas no corpo dos animais.

Quando já estiverem muito espalhadas e há uma grande quantidade destas verrugas, o seu tratamento se torna desinteressante, pois os resultados são insatisfatórios.

Há diversos produtos no mercado de produtos veterinários criados para o combate da virose da Figueira. Entretanto, dado ser uma doença provocada por vírus, o melhor resultado se obtém com a vacina produzida a partir de verrugas extraídas do animal infectado - o que é chamado de AUTOVACINA.

Nesta técnica, primeiro se remove o núcleo de algumas verrugas do próprio animal a que se destine a vacina. Depois, estas são trituradas e emulsionadas em, solução salina fisiológica, na proporção de (05) cinco ml do produto final para cada grama de material verrugoso triturado. em seguida, junta-se à emulsão anterior, uma solução de formol com menos de 0,4% por volume. Posteriormente, esse produto é mantido em estufa durante 24 horas pelo menos, sob agitação constante várias vezes nesse período. A seguir, este  produto é filtrado por velas especiais chamadas de Berkefeld N. Após tudo isto, recomenda-se a execução de provas de esterilidade.

A aplicação da autovacina assim produzida deve ser feita por uma dose de 25 ml por via subcutânea, em vários pontos do corpo do animal.

Caso diversos animais apresentarem o mesmo sintoma infeccioso, se deve colher material de todos os animais infestados, produzida basicamente pelo mesmo processo acima descrito. Entretanto, por ser mais uma vacina específica para cada animal, temos agora uma Vacina Múltipla para todo o plantel infestado.